Se você já se deparou com o termo graus de autismo e também ficou na dúvida sobre o que significa, vai descobrir detalhes importantes sobre cada um deles!
Afinal, apesar do número de diagnóstico está aumentando cada vez mais, tornando o assunto popular, muitos familiares e profissionais ainda não sabem que existem diversas variações de severidade dentro do próprio TEA, quais são elas e como se diferencia cada uma.
Por isso vamos entender exatamente como isso acontece agora. Continue a leitura!
A diversidade do autismo
O Transtorno do Espectro Autista , como o nome já diz, é um transtorno do desenvolvimento, chamado de “espectro” porque os sintomas variam muito de uma pessoa para outra, fazendo com que tenha suas próprias características e comportamentos.
Por isso há quem tenha menos comprometimento em sua vida diária e quem tenha mais. Mesmo assim, os populares termos grau leve, moderado e severo de autismo não são adequados. Sabe porque?
Não existe MAIS e MENOS autista, assim como não é possível falar “Eu estou 10% gravida”. Ou uma pessoa apresenta ou não o diagnóstico de TEA, e dentro dele, todas têm: dificuldade na comunicação, na socialização e padrões restritivos e repetitivos.
Se não existem graus de autismo, o que existe então? Como diferenciar?
O que as pessoas conhecem como grau leve, moderado e severo de autismo deve ser, na verdade, chamado de níveis 1, 2 e 3 de suporte, como determina o sistema de classificação o DSM-5 (Quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).
Eles variam de acordo com os prejuízos causados pelo TEA, determinando a funcionalidade e dependência no dia a dia. Entenda detalhadamente:
Nível 1: Exige apoio na conversação, interação social e apresenta um pouco de dificuldade em trocar de ambientes, organização e em sair de rotinas. Esse é o mais conhecido como “autismo leve”.
Nível 2: Conhecido como grau moderado, exige suporte moderado, ou seja, precisa de apoio para determinadas atividades devido ao prejuízo substancial na comunicação, interação social e dificuldade em trocar de ambientes.
Nível 3: exigem muito suporte substancial e é conhecido como “autismo severo”, onde precisam de muito apoio nas atividades diárias. Apresenta prejuízos graves nas interações sociais e dificuldade extrema com mudanças. Além disso, pode ter prejuízo intelectual e outros transtornos relacionados.
Graus de autismo não existem. Mas a classificação por níveis é a melhor?
Há um consenso entre profissionais de que essa forma tem diversos problemas. Uma delas é que nem todos que precisam de suporte nível 3, possuem gravidade de sintomas equivalente ao grau severo.
Outro ponto é a falta de um instrumento eficiente que identifique, de forma mais objetiva clara, em que é cada um e em que nível de suporte à pessoa autista está. Crianças pequenas, por exemplo, precisam de ajuda para muitas coisas e não tem como afirmar o quanto de suporte elas exigem até a primeira infância.
Por isso o CID (classificação internacional de doenças) fez uma outra proposta, com foco em dois especificadores, que está sendo muito utilizada pelos profissionais: fala funcional e deficiência intelectual.
Além disso, grande parte da comunidade do TEA não gosta dessa divisão em níveis por causa da conotação capacitistas de que um nível é melhor ou pior do que o outro, o que é perigoso pelo risco da falta de intervenção e pode ser até uma ofensa para aqueles que gostam ser exatamente assim.
Autismo tem tratamento?
Por não ser uma uma doença, e sim algo que faz parte da pessoa e gera um jeito único de ser, preferimos o termo intervenção terapêutica. O objetivo é melhorar e facilitar as relações da pessoa autista com o mundo.
Afinal, é um transtorno sério do neurodesenvolvimento e pode ser muito prejudicial. Por isso é muito importante estar atento aos sinais e procurar um especialista para que se tenha um diagnóstico e estimulação precoce.
A neuropediatra, fonoaudióloga, psicoterapeuta e psicopedagoga são profissionais importantes em um acompanhamento individual. A participação da escola e a utilização de métodos comprovados, como o ABA, também fazem toda diferença!
O objetivo é diminuir os aspectos prejudiciais do autismo e estimular aprendizagens que o ajude a ter mais qualidade de vida e autonomia. Afinal, como disse Stuart Duncan, “As terapias não funcionam para que o seu filho deixe de ser Autista. Elas funcionam para ajudar seu filho a ter êxito com o autismo”.
Lembre-se: o que constrói o futuro de uma criança são os pais que acreditam no seu potencial e intervenções adequadas baseadas em evidências científicas, não um diagnóstico baseado em graus de autismo. Até porque é possível caminhar entre os níveis, ok?
Agora me conte aqui nos comentários: Conhece alguma criança autista? Em que nível de suporte ela está e como ela é?