Autismo e CID: O que que significa? O que um tem a ver com outro?
Seu filho foi diagnosticado com autismo, mas no relatório dele tem números e letras que não fazem sentido? é por causa do CID! Entenda:
O autismo é um transtorno do desenvolvimento comum, que vem aumentando cada vez mais. Já são mais de 70 milhões de casos pelo mundo todo. Mas você sabe o porquê disso?
O principal motivo, é que se antes até os profissionais ficavam confusos entre si, agora
Os critérios de identificação do autismo estão melhorando, sendo ampliados e é por isso CID tem um grande peso no diagnóstico do seu filho.
Quer entender como isso funciona e o que significa? Te explicamos tudo nessa leitura!
O que é o CID?
Na área médica, tem dois documentos de referência mundial que são muito utilizados e que conseguem alinhar a linguagem e percepções em qualquer lugar do mundo. Sabe qual é a grande vantagem? Através deles, é possível oferecer diagnóstico e apoio rápido a quem precise, em qualquer país e onde quer que esteja.
Hoje falaremos do CID (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde), um documento desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde. Ele é usado por diversos profissionais devido a sua importância na escolha da intervenção terapeutica.
Autismo: Quais são as principais mudanças entre CID 10 e 11?
Em 2022, o CID recebeu uma nova versão, que traz algumas novidades e atualizações sobre o transtorno do espectro autista (TEA) Veja:
Antes o autismo fazia parte do Transtornos Globais do Desenvolvimento, do código F84, e era dividido em em diversos tipos, com classificações diferentes — como, por exemplo, síndrome de Asperger, autismo atípico e etc.
Com o CID 11 em vigor, temos mudanças nessa classificação. Agora todos os sintomas relacionados ao espectro, foram englobados em um único diagnóstico e com o novo código de prescrição.
Outra novidade, é que o CID 11 não adotou os conhecidos níveis de autismo para o diagnóstico, por diversos problemas encontrados. Com isso, sabe aqueles sintomas clássicos do autismo que já conhecemos, como as dificuldades de comunicação social e interesses restritos e estereotipias?
Agora foram associados a 2 importantes especificadores que serão avaliados no diagnóstico. Entenda quais são e o que significa:
- Deficiência intelectual (atrasos mentais): De forma simples, aqui nos referimos a dificuldade de ter as mesmas aprendizagens, ações, condições e repertórios de outra criança da mesma idade.
- Linguagem funcional: Significa o ato de falar ou se comunicar com função. Tem crianças que, por exemplo, cantam músicas e repetem palavras e frases, mas não usam esse repertório de pronúncias para conversar ou fazer comentários. Então isso é uma linguagem não funcional.
- Descubra aqui o que é o autismo e como identificar os diferentes graus!
Autismo: Entenda como são os códigos do CID na prática!
Com a alteração, o novo de prescrição é o 6A02. Então, sempre que tiver esse código, estamos falando do Transtorno do espectro autista. Depois dele, teremos outros números, que são as variações dessa condição, dividida em subcategorias, com base nos níveis de deficiência intelectual e prejuízos na linguagem que explicamos acima. Veja!
- 6A02.0 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;
- 6A02.1 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;
- 6A02.2 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;
- 6A02.3 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;
- 6A02.4 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional;
- 6A02.5 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional;
- 6A02.Y – Outro Transtorno do Espectro do Autismo especificado;
- 6A02.Z – Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado.
Autismo e CID: Para que servem esses códigos?
Eles ajudam a padronizar, ou seja, todos os profissionais da área médica que olharem o relatório através do código, sabem exatamente o que a criança tem e conseguem ter a mesma conduta nos tratamentos.
Além disso, ter esse código nos relatórios é primordial para que as famílias possam buscar atendimento terapêutico, tanto na rede pública, quanto nos convênios, e também para processos judiciais que buscam reembolso das clínicas particulares.
Sem esse laudo, e sem o código, não é possível fazer muita coisa e somente os médicos podem dar essa classificação. Por isso, se seu filho tem um laudo antigo, de 2021, é interessante procurar o profissional para atualizá-lo o mais rápido possível.
Que tal já ir refletindo e me contando: Você acha que seu filho se encaixa nessas classificações? Nota alguma dificuldade de aprender? Percebe se ele consegue acompanhar as crianças da mesma idade? Tem dificuldade leve ou grave na linguagem?
Coloca aqui nos comentários, para trocarmos informações!